Ansioso demais? Resolve isso logo!

Ansioso demais? Resolve isso logo!

Certa feita, uma enfermeira disse que a dor de cabeça é melhor tratada quando medicada em seu início. Ou seja: a ingestão do remédio, quando a dor já atingiu o pico, definitivamente faz sua atenuação bem mais difícil.

Algo análogo pode ser considerado na experiência de ansiedade (presente em todos os transtornos ansiosos: TOC, estresse pós-traumático, fobias e, especificamente, pânico e TAG [divisão DSM-IV]).

Quando o medo não é normal – ou seja, o indivíduo anda sempre sobrecarregado, com prejuízos de performance em atividades diárias -, predominam pensamentos de ameaça, sentimentos de nervosismo e medo, bem como esforços para se evitar os objetos temidos.

Note-se aí a tríade autodeterminante comportamento- afeto-ação. A dita “ânsia necessária”, motivadora, que leva o sujeito agir, ao configurar patologia causa justamente o contrário, que é o par travamento-inibição.

Uma série de sintomas cognitivos e somáticos define esses quadros clínicos, os quais, muitas vezes, exigem intervenção fármaca.

Fazendo crises de pânico sucessivas, p. ex., dificilmente um paciente desenrolará temas mais complexos – motivo por que a psicoterapia sozinha pode ser rasa. Surge um ponto onde a mera força de vontade não é o suficiente para determinar remissão do transtorno.

Numa palavra? Apenas saber que um medo é exagerado nem de longe significa “cura”.

O medo avassalador dificulta que outras coisas sejam focadas, no que prepara o organismo lutar. Assim, seria ingênuo depositar todas as fichas numa terapia de conversa. A realidade é que nem todo caso, por sua gravidade, se resolve sem droga.

Quem vê nos transtornos de ansiedade carência do indivíduo ou pedido de atenção, precisa rever seus conceitos. E quanto mais a pessoa procrastina com o tratamento, mais perpetua sua doença.

@gabrielsmed

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